Jean Piaget
É o mais conhecido dos
teóricos que defendem a visão interacionista do desenvolvimento. Ele
considerou que se estudasse cuidadosa e profundamente a maneira pela
qual as crianças constroem as noções fundamentais de conhecimento
lógico, tais como: tempo,espaço,objeto,causalidade e outros poderia
compreender a gênese (ou seja, o nascimento) e a evolução do
conhecimento humano.
Daí o nome dado a sua ciência de
Epistemologia Genética, que é entendida como o estudo dos mecanismos do
aumento dos conhecimentos.
Convém esclarecer que as teorias de
Piaget têm comprovação em bases científicas. Ou seja, ele não somente
descreveu o processo de desenvolvimento da inteligência mas,
experimentalmente, comprovou suas teses.,
IDÉIAS CENTRAIS DE SUA TEORIA
1 – A inteligência para Piaget é o
mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal,
implica a construção contínua de novas estruturas. Esta adaptação
refere-se ao mundo exterior, como toda adaptação biológica. Desta forma,
os indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e
estímulos oferecidos pelo meio que os cercam.
2 – Para Piaget o comportamento é
construído numa interação entre o meio e o indivíduo. Esta teoria
epistemológica (epistemo = conhecimento; e logia = estudo) é
caracterizada como interacionista.
3 – Sua teoria nos mostra que o
indivíduo só recebe um determinado conhecimento se estiver preparado
para recebê-lo. Não existe um novo conhecimento sem que o organismo
tenha já um conhecimento anterior para poder assimilá-lo e
transformá-lo. O que implica os dois pólos da atividade inteligente:
assimilação e acomodação. É assimilação a medida em que incorpora a seus
quadros todo o dado da experiência; é acomodação a medida em que a
estrutura se modifica em função do meio, de suas variações.
4 – O desenvolvimento do indivíduo
inicia-se no período intra-uterino e vai até aos 15 ou 16 anos. A
construção da inteligência dá-se portanto em etapas sucessivas, com
complexidades crescentes, encadeadas umas às outras. A isto Piaget
chamou de “construtivismo seqüencial”.
Períodos em que ocorrem o
desenvolvimento motor, verbal e mental do indivíduo Período
Sensório-Motor: (0 – 2 anos): A ausência da função semiótica é a
principal característica deste período. A inteligência trabalha através
das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos
do próprio corpo. É uma inteligência eminentemente prática. Sua
linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à palavra-frase Sua
conduta social, neste período, é de isolamento e indiferença (o mundo é
ele).
Período Simbólico: (2 – 4 anos): Neste
período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem,
do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar imagens
mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz
de conta, do jogo simbólico A linguagem está a nível de monólogo
coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as
argumentações dos outros.. Sua socialização é vivida de forma isolada,
mas dentro do coletivo.
Período Intuitivo: (4 aos 7 anos): Este
período é a “idade dos porquês”, onde o indivíduo pergunta o tempo todo.
Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que
acredite nela. Seu pensamento continua centrado no seu próprio ponto de
vista. Quanto à linguagem não mantém uma conversação longa mas já é
capaz de adaptar sua resposta às palavras do companheiro.
Período Operatório Concreto: (7 aos 11):
Neste período torna-se mais comunicativo, as palavras tornam-se
instrumentos do processo do pensamento. Passa a perceber que é membro de
uma sociedade, e que as tarefas realizadas em conjunto se revestem de
maior significado. Neste fase a criança argumenta bastante,
especialmente com outras crianças e não tanto com os adultos. O
argumento tende a ser em voz alta e de forma agressiva. Os jogos são
coletivos e menos individualistas. Mostram desejo de regras definidas
para regular o jogo. Emerge um forte sentimento de competição.
Período Operatório Abstrato: (11 anos em
diante): Corresponde ao nível de pensamento lógico-matemático. É quando
o indivíduo está apto para calcular uma probabilidade, libertando-se do
concreto em proveito de interesses orientados para o futuro. A
linguagem se dá a nível de discussão para se chegar a uma conclusão. Sua
organização grupal pode estabelecer relações de cooperação e
reciprocidade.
É importante ressaltar que embora as
etapas possam ter uma faixa de duração diferenciada (e que pode variar
de criança para criança), a passagem de uma etapa para outra não pode
ocorrer com a supressão de uma delas.
Skinner
Burrhus Frederic Skinner, eminente
psicólogo contemporâneo nascido nos Estados Unidos em 1904 relatou uma
de suas observações, sobre o comportamento de pombos e ratos brancos.
Para seus experimentos Skinner inventou um aparelho que depois de passar
por modificações é hoje muito conhecido e utilizado nos laboratórios de
psicologia, chamado como Caixa de Skinner.
Influenciado pelos trabalhos de Pavlov e
Watson, Skinner passou a estudar o comportamento operante,
desenvolvendo intensa atividade no estudo da psicologia da aprendizagem.
Esses estudos levaram-no a criar os métodos de ensino programado que
podem ser aplicados sem a intervenção direta do professor, através de
livros, apostilas ou mesmo máquinas.
Caixa de Skinner
Devido à sua preocupação com controles
científicos estritos, Skinner realizou a maioria de suas experiências
com animais principalmente o Rato Branco e o Pombo. Desenvolveu o que se
tornou conhecido por “Caixa de Skinner” como aparelho adequado para
estudo animal. Tipicamente, um rato é colocado dentro de uma caixa
fechada que contém apenas uma alavanca e um fornecedor de alimento.
Quando o rato aperta a alavanca sob as condições estabelecidas pelo
experimentador, uma bolinha de alimento cai na tigela de comida,
recompensando assim o rato. Após o rato ter fornecido essa resposta o
experimentador pode colocar o comportamento do rato sob o controle de
uma variedade de condições de estímulo. Além disso, o comportamento pode
ser gradualmente modificado ou modelado até aparecerem novas repostas
que ordinariamente não fazem parte do repertório comportamental do rato.
Êxito nesses esforços levou Skinner a acreditar que as leis de
aprendizagem se aplicam a todos os organismos.
Em escolas, o comportamento de alunos
podem ser modelados pela apresentação de materiais em cuidadosa
seqüência e pelo oferecimento das recompensas ou reforços apropriados.
A aprendizagem programada e máquinas de
ensinar, são os meios mais apropriados para realizar aprendizagem
escolar. O que é comum ao homem, a pombos, e a ratos é um mundo no qual
prevalecem certas contingências de reforços.
Segundo Skinner para ser forte uma
cultura precisa transmitir-se; precisa dar as crianças seu acúmulo de
conhecimento, aptidões e práticas sociais e éticas.
A instituição de educação foi
estabelecida para servir a esse propósito. Certamente estudantes devem
ser encorajados a explorar, a fazer perguntas a trabalhar e estudar
independentemente para serem criativos.
A Máquina de Ensinar
A mais conhecida aplicação educacional do trabalho de Skinner é sem dúvida Instrução programada, e máquinas de ensinar.
Existem várias espécies de máquinas de
ensinar. Embora seu custo e sua complexibilidade variem
consideravelmente, a maioria das máquinas executa funções semelhante.
Skinner acredita que as máquinas de
ensinar apresentam várias vantagens sobre outros métodos. Estudantes
podem compor sua própria resposta em lugar de escolhê-la em um conjunto
de alternativas. Exige-se que lembrem mais, e não apenas que reconheçam –
que dêem respostas e que também vejam quais são as respostas corretas. A
máquina assegura que esses passos sejam dados em uma ordem
cuidadosamente prescrita.
Embora, é claro, que a máquina
propriamente dita não ensine, ela coloca estudantes em contato com o
professor ou a pessoa que escreve o programa. Em muitos aspectos, diz
Skinner, é como um professor particular, no sentido de haver constante
intercâmbio entre o programa e o estudante. A máquina mantém o estudante
ativo e alerta.
A máquina de Skinner permite que o professor dedique suas energias a formas mais sutis de instrução, como discussão.
Vygotsky
Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e
pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu e viveu na Rússia,
quando morreu, de tuberculose, tinha 34 anos.
Construiu sua teoria tendo por base o
desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo
sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem
nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social.
Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do
sujeito com o meio.
As concepções de Vygotsky sobre o
processo de formação de conceitos remetem às relações entre pensamento e
linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados
pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na
transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles
aprendidos na vida cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções
psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.
As concepções de Vygotsky sobre o
funcionamento do cérebro humano, colocam que o cérebro é a base
biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o
desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam sua idéia de que
as funções psicológicas superiores (por ex. linguagem, memória) são
construídas ao longo da história social do homem, em sua relação com o
mundo. Desse modo, as funções psicológicas superiores referem-se a
processos voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e
dependem de processos de aprendizagem.
Mediação: uma idéia central para a
compreensão de suas concepções sobre o desenvolvimento humano como
processo sócio-histórico é a idéia de mediação: enquanto sujeito do
conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso
mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos
de que dispõe, portanto enfatiza a construção do conhecimento como uma
interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está
sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, assim como no
construtivismo e sim, pela mediação feita por outros sujeitos. O outro
social, pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do
ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.
A linguagem, sistema simbólico dos
grupos humanos, representa um salto qualitativo na evolução da espécie. É
ela que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a
mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio dela que
as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente
transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem
estruturas diferenciadas.
A cultura fornece ao indivíduo os
sistemas simbólicos de representação da realidade, ou seja, o universo
de significações que permite construir a interpretação do mundo real.
Ela dá o local de negociações no qual seus membros estão em constante
processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e
significações.
O processo de internalização é
fundamental para o desenvolvimento do funcionamento psicológico humano. A
internalização envolve uma atividade externa que deve ser modificada
para tornar-se uma atividade interna, é interpessoal e se torna
intrapessoal.
Usa o termo função mental para
referir-se aos processos de: pensamento, memória, percepção e atenção.
Coloca que o pensamento tem origem na motivação, interesse, necessidade,
impulso, afeto e emoção.
A interação social e o instrumento lingüístico são decisivos para o desenvolvimento.
Existem, pelo menos dois níveis de
desenvolvimento identificados por Vygotsky: um real, já adquirido ou
formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si
própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra
pessoa.
A aprendizagem interage com o
desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento
proximal ( distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é
capaz de fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para
aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja, distância
entre o nível de desenvolvimento real e o potencial ) nas quais as
interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos,
aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados; assim, um conceito
que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer
sempre um grau de experiência anterior para a criança.
O desenvolvimento cognitivo é produzido
pelo processo de internalização da interação social com materiais
fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para
dentro. Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos
instrumentos de mediação, inclusive sua transformação por uma atividade
mental.
Para ele, o sujeito não é apenas ativo,
mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de
relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo
próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções
sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria
consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social –
relações interpessoais – para o plano individual interno – relações
intra-pessoais. Assim, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica
intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.
O professor tem o papel explícito de
interferir no processo, diferentemente de situações informais nas quais a
criança aprende por imersão em um ambiente cultural. Portanto, é papel
do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua
interferência na zona proximal.
Vemos ainda como fator relevante para a
educação, decorrente das interpretações das teorias de Vygotsky, a
importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação
entre a cultura e o indivíduo, pois uma intervenção deliberada desses
membros da cultura, nessa perspectiva, é essencial no processo de
desenvolvimento. Isso nos mostra os processos pedagógicos como
intencionais, deliberados, sendo o objeto dessa intervenção : a
construção de conceitos.
O aluno não é tão somente o sujeito da
aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo
social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.
A formação de conceitos espontâneos ou
cotidianos desenvolvidos no decorrer das interações sociais,
diferenciam-se dos conceitos científicos adquiridos pelo ensino, parte
de um sistema organizado de conhecimentos. A aprendizagem é fundamental
ao desenvolvimento dos processos internos na interação com outras
pessoas.
Vygotsky, teve contato com a obra de
Piaget e, embora teça elogios a ela em muitos aspectos, também a
critica, por considerar que Piaget não deu a devida importância à
situação social e ao meio. Ambos atribuem grande importância ao
organismo ativo, mas Vygotsky destaca o papel do contexto histórico e
cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, sendo chamado
de sociointeracionista, e não apenas de interacionista como Piaget.
Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e
pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu e viveu na Rússia,
quando morreu, de tuberculose, tinha 34 anos.
Construiu sua teoria tendo por base o
desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo
sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem
nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social.
Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do
sujeito com o meio.
As concepções de Vygotsky sobre o
processo de formação de conceitos remetem às relações entre pensamento e
linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados
pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na
transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles
aprendidos na vida cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções
psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.
As concepções de Vygotsky sobre o
funcionamento do cérebro humano, colocam que o cérebro é a base
biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o
desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam sua idéia de que
as funções psicológicas superiores (por ex. linguagem, memória) são
construídas ao longo da história social do homem, em sua relação com o
mundo. Desse modo, as funções psicológicas superiores referem-se a
processos voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e
dependem de processos de aprendizagem.
Mediação: uma idéia central para a
compreensão de suas concepções sobre o desenvolvimento humano como
processo sócio-histórico é a idéia de mediação: enquanto sujeito do
conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso
mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos
de que dispõe, portanto enfatiza a construção do conhecimento como uma
interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está
sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, assim como no
construtivismo e sim, pela mediação feita por outros sujeitos. O outro
social, pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do
ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.
A linguagem, sistema simbólico dos
grupos humanos, representa um salto qualitativo na evolução da espécie. É
ela que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a
mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio dela que
as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente
transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem
estruturas diferenciadas.
A cultura fornece ao indivíduo os
sistemas simbólicos de representação da realidade, ou seja, o universo
de significações que permite construir a interpretação do mundo real.
Ela dá o local de negociações no qual seus membros estão em constante
processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e
significações.
O processo de internalização é
fundamental para o desenvolvimento do funcionamento psicológico humano. A
internalização envolve uma atividade externa que deve ser modificada
para tornar-se uma atividade interna, é interpessoal e se torna
intrapessoal.
Usa o termo função mental para
referir-se aos processos de: pensamento, memória, percepção e atenção.
Coloca que o pensamento tem origem na motivação, interesse, necessidade,
impulso, afeto e emoção.
A interação social e o instrumento lingüístico são decisivos para o desenvolvimento.
Existem, pelo menos dois níveis de
desenvolvimento identificados por Vygotsky: um real, já adquirido ou
formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si
própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra
pessoa.
A aprendizagem interage com o
desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento
proximal ( distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é
capaz de fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para
aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja, distância
entre o nível de desenvolvimento real e o potencial ) nas quais as
interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos,
aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados; assim, um conceito
que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer
sempre um grau de experiência anterior para a criança.
O desenvolvimento cognitivo é produzido
pelo processo de internalização da interação social com materiais
fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para
dentro. Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos
instrumentos de mediação, inclusive sua transformação por uma atividade
mental.
Para ele, o sujeito não é apenas ativo,
mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de
relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo
próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções
sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria
consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social –
relações interpessoais – para o plano individual interno – relações
intra-pessoais. Assim, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica
intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.
O professor tem o papel explícito de
interferir no processo, diferentemente de situações informais nas quais a
criança aprende por imersão em um ambiente cultural. Portanto, é papel
do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua
interferência na zona proximal.
Vemos ainda como fator relevante para a
educação, decorrente das interpretações das teorias de Vygotsky, a
importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação
entre a cultura e o indivíduo, pois uma intervenção deliberada desses
membros da cultura, nessa perspectiva, é essencial no processo de
desenvolvimento. Isso nos mostra os processos pedagógicos como
intencionais, deliberados, sendo o objeto dessa intervenção : a
construção de conceitos.
O aluno não é tão somente o sujeito da
aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo
social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.
A formação de conceitos espontâneos ou
cotidianos desenvolvidos no decorrer das interações sociais,
diferenciam-se dos conceitos científicos adquiridos pelo ensino, parte
de um sistema organizado de conhecimentos. A aprendizagem é fundamental
ao desenvolvimento dos processos internos na interação com outras
pessoas.
Vygotsky, teve contato com a obra de
Piaget e, embora teça elogios a ela em muitos aspectos, também a
critica, por considerar que Piaget não deu a devida importância à
situação social e ao meio. Ambos atribuem grande importância ao
organismo ativo, mas Vygotsky destaca o papel do contexto histórico e
cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, sendo chamado
de sociointeracionista, e não apenas de interacionista como Piaget.
Maria Montessori
Maria Montessori nasceu em Chiaravalle, Itália, aos 31 de Agosto de 1870. Era Filha de um militar.
Quando tinha a idade de doze anos seus pais foram residir em Roma, tendo em vista os estudos da filha.
A jovem resolve fazer Medicina,
extrapolava assim as perspectivas da época. Até então nenhuma mulher
havia ingressado numa Faculdade de Medicina. Maria Montessori formou-se
em 1896. Era a primeira mulher médica italiana. Quando como médica, teve
que tratar de crianças com deficiências. Voltando à Universidade para
estudos complementares, ela então iniciou seu trabalho pedagógico com
crianças normais; em 1907, quando convidada para organizar uma escola
numa área da favela que se urbanizava, no bairro São Lourenzo, da cidade
de Roma. Mais tarde, viajou à várias partes do mundo, pondo suas
descobertas e fundando escolas.
Escreveu vários livros, traduzidos hoje em muitos idiomas, e numerosos artigos sobre educação. Morreu em 1952.
Maria Montessori era médica e isto
permitiu abordar a educação com a visão não só de uma filósofa ou
educadora no sentido da palavra, mas sim de verdade científica.
Para ela a sala de aula era uma espécie
de laboratório para observar as crianças, testar e retestar a validade
de conceitos e práticas que pudessem ajudar as crianças no seu
crescimento integral.
Dar à criança consciência da evolução do
homem no planeta, introduzi-la na história, fazê-la responsável pela
vida vegetal, animal e humana, situá-la na comunidade e na grande aldeia
global são os verdadeiros objetivos que Montessori propõe para a
educação.
Ao introduzir a criança nesse universo,
Montessori a constitui herdeira legítima de toda a caminhada e evolução
do gênero humano. Através da atividade e trabalho a criança descobre seu
inserimento, responsabilidades e valor na perpetuação e construção da
cultura.
Ela vê que esse homem, há alguns
milhares de anos atrás, era um simples coletor de frutos. Foi o trabalho
orientado pela sua inteligência que o tornou capaz de se desenvolver. E
é com experiência desse mesmo trabalho que ela desenvolve suas
capacidades cognitivas e afetivas. Ela constrói em sí mesma um processo
de libertação equivalente a um resumo da evolução de todos os homens.
Mas que tamanha revolução é essa? Quem é
esse pequeno ser que cria a cultura? Através da faixa da evolução do
homem, Montessori dá uma visão generalizada desse desenvolvimento.
Podemos identificar claramente as diferentes fases do relacionamento
Homem versus Natureza pela evolução dos utensílios e das descobertas
mais significativas em cada etapa.
Assim, estamos dando à educação uma
abordagem cósmica. Estamos apresentando um processo, situando o educando
dentro dele e finalmente mostrando a possibilidade de participação e
criação.
Mas, se falta liberdade na descoberta e
aceitação dessa herança, as tradições bloquearão ao invés de enriquecer.
O passado, por não ser criativamente usado, acarretará, no ser, medo,
desejo de fuga, previsão de uma possível escravização a ele.
Se, pelo contrário, a descoberta se
efetuar em cima de diálogo respeitando a liberdade, tais tradições
colaborarão efetivamente na formação do indivíduo e serão elementos de
referencial e crítica durante toda uma vida.
O que podemos observar na sociedade
contemporânea, além da ignorância do passado cultural, é seu progressivo
afastamento desta mesma cultura. Como poderemos recriar nossa cultura,
se não a conhecemos? Essas pessoas muitas vezes sentem-se perdidas em
seus valores, pois foram roubadas de uma parcela importante da
construção de suas histórias.
O problema, por conseguinte, não é de
“Liberdade individual versus Herança Cultural”. A questão está em como
utilizar tal patrimônio, afim de que se cresça em harmonia e dignidade.
Para que isso se torne verdadeiro, é
necessário uma visão crítica de valores culturalmente transmitidos,
objetivando um posicionamento engajado à realidade vigente.
O que o jovem precisa, e mesmo deseja, é
a possibilidade de explorar e descobrir. Isto despertará nele emoção,
maravilha, entusiasmo e alegria. O entusiasmo das novas aquisições
suscitará o desejo de conhecer mais e mais, integrando-se ao
conhecimento como ser participante na história e na geografia dos que o
procederam. Sentindo-se parte de um contexto universal, ele compreenderá
suas raízes para a estrutura de sua personalidade.
Transcendendo à informação a nível
cognitivo, o jovem irá buscar, conhecer e compreender sempre mais e
melhor o objeto de seu estudo, e espontaneamente, passará do todo ao
detalhe, de um primeiro conhecimento global a um conhecimento mais
particularizado. O conhecimento assim será a “chave” da compreensão do
ontem e o embasamento de sua integração no hoje. Ele é o seu passado,
presente e também possibilidade do futuro.
A criança para o Montessori, é o “elo
entre as gerações”, aquela que gera desenvolvimento, progresso e
civilização. O patrimônio cultural absorvido pela criança, será
vivenciado e transformado em alicerces para sua vida adulta. Aí então o
adulto transmitirá às novas crianças sua herança cultural, já analisada e
transformada pela ótica de sua geração; começará assim um novo ciclo de
transmissão onde a história será acrescida e renovada pelo “novo
homem”.
Resumindo: O Método Montessori é um ideal de educação porque:
é uma educação para a liberdade e independência;
é uma educação para a liberdade responsável;
é uma educação como prática de liberdade;
é uma educação para o silêncio criador;
é uma educação que respeita e atende às diferenças individuais;
é uma educação para o crescimento;
é uma educação para o dominio de si;
é uma educação para o amor;
é uma educação para a liberdade responsável;
é uma educação como prática de liberdade;
é uma educação para o silêncio criador;
é uma educação que respeita e atende às diferenças individuais;
é uma educação para o crescimento;
é uma educação para o dominio de si;
é uma educação para o amor;
Instituto Montessori
No dia seis de agosto de 1969,
iniciaram-se as atividades do Instituto Maria Montessori, fundado pelas
professoras Iêda de Oliveira Silva e Maria de Oliveira Silva. O
Instituto Maria Montessori surgiu de um ideal de escola diferente, onde o
aluno é o centro de todas as atividades, uma escola em que ele é a
pessoa mais importante.
As fundadoras do colégio, após
pesquisarem sobre métodos de ensino, decidiram-se pelo Sistema
Montessori, no qual a criança é orientada no sentido de ser responsável,
livre, emocionalmente equilibrada e engajada na sociedade em que vive. O
Sistema Montessori é conhecido e aplicado no mundo todo e também aqui
em Contagem. O lema do Instituto Maria Montessori é “Liberdade, Estímulo
e Autodeterminação”.
Durante toda a minha vida tenho
proclamado a necessidade da liberdade de escolha, da independência de
pensamento e da dignidade humana. Todavia, entendo que a verdadeira
liberdade é aquela interior, que não pode ser ensinada. Não pode nem
mesmo ser conquistada. Pode somente ser construída dentro de si, como
parte da personalidade e, se isto acontece, não poderá mais ser
perdida.” (Maria Montessori, New York – 1951)
O Instituto é uma escola altamente
conceituada, não só no município, como também junto aos órgãos de
educação de Minas Gerais, pela excelente qualidade do ensino ali
ministrado.
Educação Infantil
Neste segmento começa a nossa história,
pois nosso trabalho é todo centrado no desenvolvimento da criança,
respeitando seu ritmo próprio e levando-a a desenvolver sua iniciativa e
criatividade.
A criança é a pessoa mais importante de nossa escola, e como tal é atendida em primeiro lugar.
A primeira preocupação da equipe
pedagógica do Instituto Maria Montessori é com a boa formação e
instrução de seus alunos, começando pela escolha de seu corpo docente,
formado de profissionais altamente qualificados que agem de acordo com a
filosofia montessoriana, possibilitando ao educando oportunidades de
desenvolvimento de suas potencialidades, tendo em vista as diferenças
individuais, promovendo o desenvolvimento do espírito crítico, o
sentimento de liberdade e responsabilidade e o respeito às normas
sociais, visando uma convivência harmoniosa e de respeito pela liberdade
do outro.
O Instituto Maria Montessori iniciou em
1992 seu Ensino Médio, tendo obtido desde o início alto índice de
aprovação ao curso superior , ao término do 3º ano, comparável ao das
melhores escolas do país.
Fundamentação Filosófica
O lema do Instituto Maria Montessori é
“Liberdade, estímulo e auto determinação”, gravado em sua bandeira e um
dos pontos chave da filosofia Montessori. De acordo com essa filosofia, é
fundamental que o aluno seja estimulado e se sinta em liberdade para
criar e para desenvolver suas potencialidades, sua capacidade crítica e
seu senso de responsabilidade e cidadania, de modo a promover entre si e
os outros uma convivência harmoniosa e de respeito pelas
individualidades e aspirações de cada um. Assim, na filosofia
montessoriana, a criança é levada, desde muito cedo, a relacionar
direitos e deveres e a considerar sempre o outro como parceiro na busca
do desenvolvimento.
Pestalozzi
Seu nome é João Pestalozzi, nasceu em
Zurique, Suíça, em 1746. Faleceu em 1827. Influenciou profundamente a
educação; ele fez uma grande adaptação na educação pública.
Leu o Emílio, de Rousseau, quando era estudante.
Ficou com o sentimento de que a educação podia elevar os homens.
Ninguém acreditou mais que Pestalozzi no
poder da educação para aperfeiçoar o indivíduo e a sociedade com o seu
entusiasmo, influenciou reis e governantes a pensarem na educação do
povo.
Em 1782, expressou as usas idéias no seu primeiro livro: Leonardo e Gertrudes; que retrata uma pobre e mesquinha aldeia suíça.
Gertrudes, moradora de uma aldeia, atua
com os seus filhos e os vizinhos nas artes domésticas, industriais,
leitura, escrita, aritmética e outros estudos. Importantes figuras da
época leram Leonardo e Gertrudes, mas não o consideraram como um tratado
educacional.
Em 1792, Pestalozzi escreve o seu livro
mais erudito: Minhas investigações sobre o curso da Natureza no
desenvolvimento da raça humana. A obra é recebida sem entusiasmo.
Pestalozzi decide ser mestre-escola. E parte para um trabalho na sua
escola. O lar era para ele a melhor instituição de educação, base para a
formação política, moral e religiosa. E a instituição educacional
deveria se aproximar de uma casa bem organizada.
Na instituição de Pestalozzi, que
contava com meninos e jovens, mestres e alunos permaneciam juntos o dia
inteiro, dormindo em quartos comuns. O dia escolar era intenso e
variado: rezavam, tomavam banho e faziam o desjejum, faziam as primeiras
lições, havendo sempre um curto intervalo entre as mesmas. Almoçavam,
brincavam e recomeçavam as aulas. Das 8 às 17 horas, as atividades,
organizadas, eram desenvolvidas de maneira flexível. Duas tardes por
semana eram livres ou os alunos faziam excursões. A organização da
escola era simples, sendo que ficavam numa turma os que tinham menos de
oito anos; e em outra, a classe inferior, ficavam os meninos de oito a
onze anos e na superior, os de onze a dezoito anos.
Pestalozzi condenava a punição, as recompensas e punições. Problemas disciplinares eram discutidos, à noite.
Enquanto Pestalozzi introduzia tantas
reformas educacionais, a Igreja, que controlava todas as escolas na
época, não se preocupava em melhorar o seu padrão de qualidade. A
situação que reinava era a seguinte: dava-se à memória um enorme valor,
os professores não possuíam habilitação, as classes privilegiadas
desprezavam o povo; os prédios escolares eram pouquíssimos.
A prática pedagógica de Pestalozzi
sempre valorizou o ideal do educador, isto é, a educação poderia mudar a
terrível condição de vida do povo.
A revolução suíça (1799) havia liberado a
classe desprotegida e, segundo Pestalozzi, somente a educação poderá
contribuir para que o povo conservasse os direitos conquistados.
Para Pestalozzi, o desenvolvimento é
orgânico, sendo que a criança se desenvolve por leis definidas; os
poderes infantis brotam de dentro para fora; os poderes inatos, uma vez
despertados, lutam para se desenvolver até a maturidade; a gradação deve
ser respeitada; o método deve seguir a natureza; o professor é
comparado ao jardineiro que providencia as condições para a planta
crescer; a educação sensorial é fundamental e os sentidos devem estar em
contato direto com os objetos; a mente é ativa.
Frederick Eby resume com clareza os princípios educacionais de Pestalozzi, relacionados a seguir:
1) Pestalozzi tinha uma fé indomável e
contagiante na educação com o meio supremo para o aperfeiçoamento
individual e social. Seu entusiasmo obrigou reis e governantes a se
interessarem pela educação das crianças dos casebres. Democratizou a
educação, proclamando ser o direito absoluto de toda criança ter
plenamente desenvolvidos os poderes que Deus lhe havia dado.
2) Psicologizou a educação. Quando não
havia ciência psicológica digna desse nome, e embora ele próprio tivesse
apenas as mais vagas noções sobre a natureza da mente humana,
Pestalozzi viu claramente que uma teoria e uma prática corretas de
educação deviam ser baseadas numa tal ciência.
3) Foi o primeiro a tentar fundamentar a educação no desenvolvimento orgânico mais que a transmissão de idéias.
4) Pesquisou as leis fundamentais do desenvolvimento.
5) A educação começa com a percepção de
objetos concretos, o desempenho de ações concretas e experiência de
respostas emocionais reais (…).
6) O desenvolvimento é uma aquisição gradativa de poder. Cada forma de instrução deve progredir de modo lento e gradativo.
7) A religião é mais profunda do que
dogmas, ou credos, ou a memorização do catecismo ou das Escrituras.
Pestalozzi exigia que os sentimentos religiosos fossem despertados antes
que palavras ou símbolos viessem a ser levados à criança.
8) Vários recursos metodológicos novos
devem sua origem a Pestalozzi. Empregava as letras do alfabeto presas a
cartões e introduziu lousas e lápis. A inovação mais importante foi a da
instrução simultânea, ou em classe. Isso não era novo, mas não havia
sido posto em prática de um modo generalizado.
9) Pestalozzi revolucionou a disciplina, baseando-a na boa vontade recíproca e na cooperação entre aluno e professor.
10) Deu novo impulso à formação de professores e ao estudo da educação como uma ciência”.
Philippe Perrenoud
OPINIÃO – Philippe Perrenoud* Impressão Pedagógica
As práticas pedagógicas mudam e de que maneira?
É difícil responder a essa questão de
maneira generalizada, porque, em nenhum momento, as práticas pedagógicas
são unificadas. Coexistem no mesmo sistema, na mesma disciplina,
algumas vezes no mesmo estabelecimento de ensino, práticas extremamente
diversas, algumas avançam sobre o tempo (na média) e outras são dignas
de museu. Somente podemos comparar as freqüências, as distribuições.
Somente uma pesquisa empírica
longitudinal poderia fundamentar as afirmações incontestáveis. Isso
exigiria dispositivos de pesquisa muito pesados, permitindo-se seguir a
evolução das décadas. O estabelecimento de observatórios de práticas
permitirá, talvez no futuro, objetivar as mudanças. De imediato, só
podemos avançar nas hipóteses fundamentadas sobre escassas investigações
e observações qualitativas.
As práticas pedagógicas são
fundamentadas sobre objetivos de nível “taxoeconômico” cada vez mais
elevados (por exemplo, aprender a aprender, a raciocinar, a comunicar).
Elas (as práticas) têm cada vez mais freqüentemente a tarefa de construir as competências, de se estar ansioso por conhecimento.
Elas recorrem das vantagens dos métodos ativos e dos princípios da nova escola, as pedagogias fundamentadas sobre o projeto, o contrato, a cooperação.
Elas exigem uma disciplina menos rígida, deixando a vantagem da liberdade aos alunos.
Elas manifestam um grande respeito ao aluno, à sua lógica, ao seu ritmo, às suas necessidades, aos seus direitos.
Elas se prendem mais à vantagem de desenvolver a pessoa, menos à sua adaptação à sociedade.
Elas se concentram na vantagem do aprendiz e do ensino conceituado e acima de tudo na organização de situações de aprendizado.
Elas são mais sensíveis à pluralidade das culturas, são menos etnocêntricas.
Elas aceitam cada vez menos as falhas escolares como uma fatalidade e evoluem no sentido da diferenciação do ensino como discriminação positiva.
Elas tendem a explodir o grupo de classe estável como única estrutura de trabalho e compõem grupos de necessidade, de projeto, de nível.
Elas estão cada vez mais conectadas com outros interventores e uma equipe pedagógica, inscritas em uma cooperação.
Elas são cada vez mais enquadradas de acordo com o estabelecimento.
Elas vão através de uma planificação didática mais flexível e negociável.
Elas dão lugar às tarefas abertas e às situações-problema.
Elas vão no sentido de uma avaliação menos normativa, mais formativa.
Elas se articulam mais facilmente como as práticas educativas dos pais, em favor de um diálogo mais equilibrado.
Elas tornam-se mais dependentes das tecnologias audiovisuais e informatizadas.
Elas dão lugar à manipulação de conteúdos, à observação e à experimentação.
Elas tendem a tornar-se reflexivas, sujeitas a uma avaliação periódica.
Elas tendem a usar mais largamente a pesquisa.
Elas mudam mais rápido, a inovação se banaliza.
Elas são socialmente menos valorizadas.
Elas são a favor da profissionalização, se baseiam sobre as competências adquiridas na formação inicial e contínua.
Essas tendências correspondem em parte aos modelos ideais de militantes ou de pesquisadores em educação. Elas atestariam, se fossem confirmadas, um certo sucesso das idéias reformadoras. Elas refletem, por um outro lado, a evolução das famílias e das relações entre jovens e adultos na nossa sociedade.
Elas (as práticas) têm cada vez mais freqüentemente a tarefa de construir as competências, de se estar ansioso por conhecimento.
Elas recorrem das vantagens dos métodos ativos e dos princípios da nova escola, as pedagogias fundamentadas sobre o projeto, o contrato, a cooperação.
Elas exigem uma disciplina menos rígida, deixando a vantagem da liberdade aos alunos.
Elas manifestam um grande respeito ao aluno, à sua lógica, ao seu ritmo, às suas necessidades, aos seus direitos.
Elas se prendem mais à vantagem de desenvolver a pessoa, menos à sua adaptação à sociedade.
Elas se concentram na vantagem do aprendiz e do ensino conceituado e acima de tudo na organização de situações de aprendizado.
Elas são mais sensíveis à pluralidade das culturas, são menos etnocêntricas.
Elas aceitam cada vez menos as falhas escolares como uma fatalidade e evoluem no sentido da diferenciação do ensino como discriminação positiva.
Elas tendem a explodir o grupo de classe estável como única estrutura de trabalho e compõem grupos de necessidade, de projeto, de nível.
Elas estão cada vez mais conectadas com outros interventores e uma equipe pedagógica, inscritas em uma cooperação.
Elas são cada vez mais enquadradas de acordo com o estabelecimento.
Elas vão através de uma planificação didática mais flexível e negociável.
Elas dão lugar às tarefas abertas e às situações-problema.
Elas vão no sentido de uma avaliação menos normativa, mais formativa.
Elas se articulam mais facilmente como as práticas educativas dos pais, em favor de um diálogo mais equilibrado.
Elas tornam-se mais dependentes das tecnologias audiovisuais e informatizadas.
Elas dão lugar à manipulação de conteúdos, à observação e à experimentação.
Elas tendem a tornar-se reflexivas, sujeitas a uma avaliação periódica.
Elas tendem a usar mais largamente a pesquisa.
Elas mudam mais rápido, a inovação se banaliza.
Elas são socialmente menos valorizadas.
Elas são a favor da profissionalização, se baseiam sobre as competências adquiridas na formação inicial e contínua.
Essas tendências correspondem em parte aos modelos ideais de militantes ou de pesquisadores em educação. Elas atestariam, se fossem confirmadas, um certo sucesso das idéias reformadoras. Elas refletem, por um outro lado, a evolução das famílias e das relações entre jovens e adultos na nossa sociedade.
Bem entendido, não são mais que
tendências. A profissionalização da função de professor – no sentido
norte- americano – está longe de ser acabada e os sistemas escolares
estão ainda povoados de excelentes professores de 30 anos atrás (segundo
a afirmação de um responsável sindical), assim como as práticas
reflexivas se ressentem de ferramentas e diretrizes elementares.
* Philippe Perrenoud, sociólogo, nascido
em 1944. Doutor em sociologia e antropologia, é professor na
Universidade de Genebra, no campo de currículo, práticas pedagógicas e
de instituições de formação. Seus trabalhos sobre a fabricação das
desigualdades e as falhas escolares conduziram-no a se interessar na
função do aluno, nas práticas pedagógicas, no currículo, no
funcionamento dos estabelecimentos escolares, nas transformações na
profissão de professor, na formação de professores, nas políticas de
educação e formação.
Com Mircille Cifali, ele coordenou a
colocação da nova formação de educadores primários em Genebra, na
cadeira da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação.
Celestin Freinet
(1896-1966), crítico da escola
tradicional e das escolas novas, Freinet foi criador, na França, do
movimento da escola moderna. Seu objetivo básico era desenvolver uma
escola popular.
Na sua concepção, a sociedade é plena de
contradições que refletem os interesses antagônicos das classes sociais
que nela existem, sendo que tais contradições penetram em todos os
aspectos da vida social, inclusive na escola. Para ele, a relação direta
do homem com o mundo físico e social é feita através do trabalho
(atividade coletiva) e liberdade é aquilo que decidimos em conjunto.
Em suas concepções educacionais dirige
pesadas críticas à escola tradicional, que considera inimiga do “tatear
experimental”, fechada, contrária à desco- berta, ao interesse e ao
prazer da criança.
Analisou de forma crítica o
autoritarismo da escola tradicional, expresso nas regras rígidas da
organização do trabalho, no conteúdo determinado de forma arbitrária,
compartimentados e defasados em relação à realidade social e ao
progresso das ciências.
Mas, critica também as propostas da
Escola Nova, particularmente Decroly e Montessori, questionando seus
métodos, pela definição de materiais, locais e condições especiais para a
realização do trabalho pedagógico.
Para Freinet as mudanças necessárias e profundas na educação deveriam ser feitas pela base, ou seja, pelos próprios professores.
O movimento pedagógico fundado por ele
caracteriza-se por sua dimen- são social, evidenciada pela defesa de uma
escola centrada na criança, que é vista não como um indivíduo isolado,
mas, fazendo parte de uma comunidade.
Atribui grande ênfase ao trabalho: as
atividades manuais tem tanta impor- tância quanto as intelectuais, a
disciplina e a autoridade resultam do trabalho organizado. Questiona as
tarefas escolares(repetitivas e enfadonhas) opostas aos jogos(atividades
lúdicas, recreio), apontando como essa dualidade presente na escola,
reproduz a dicotomia trabalho/prazer, gerada pela sociedade capitalista
industrial.
A escola por ele concebida, é vista como
elemento ativo de mudança soci- al e é também popular por não
marginalizar as crianças das classes menos favorecidas.
Propõe o trabalho/jogo como atividade fundamental.
Freinet elabora toda uma pedagogia, com
técnicas construídas com base na experimentação e documentação, que dão à
criança instrumentos para aprofundar seu conhecimento e desenvolver sua
ação.
O desejo de conhecer mais e melhor nasceria de uma situação de trabalho concreta e problematizadora.
O trabalho de que trata aí não se limita
ao manual, pois o trabalho é um todo, como o homem é um todo. Embora
adaptado à criança, o trabalho deve ser uma atividade verdadeira e não
um trabalho para brincar, assim como a organização escolar não deve ser
uma caricatura da sociedade”
Dá grande importância à participação e
integração entre famílias/comunidade e escola, defendendo o ponto de
vista de que “se se respeita a palavra da criança, necessariamente há
mudanças”.
Algumas técnicas da pedagogia de
Freinet: o desenho livre, o texto livre, as aulas-passeio, a
correspondência interescolar, o jornal, o livro da vida (diário e
coletivo), o dicionário dos pequenos, o caderno circular para os
professores, etc. Essas técnicas têm como objetivo favorecer o
desenvolvimento dos métodos naturais da linguagem (desenho, escrita,
gramática), da matemática, das ciências naturais e das ciências sociais.
Porém, essas técnicas não são um fim em si mesmas, e sim, momentos de
um processo de aprendizagem, que ao partir dos interesses mais profundos
da criança, propicia as condições para o estabelecimento da apropriação
do conhecimento.
Vemos que Freinet considera a aquisição
do conhecimento como fundamen- tal, mas, essa aquisição deve ser
garantida de forma significativa.
Sua proposta pedagógica mesclada entre
teoria e prática, advém das suas observações das crianças, das práticas
de trabalhos que realizou com elas, das reflexões teóricas elaboradas
tendo como ponto de partida essa prática, que é constantemente
recolocada em prática em diversas situações escolares.
Podemos afirmar que Freinet é um dos
pedagogos contemporâneos que mais contribuições oferece àqueles que
atualmente estão preocupados com a construção de uma escola ativa,
dinâmica, historicamente inserida em um contexto social e cultural.
Logicamente em termos de nossa realidade
atual, podemos levantar questionamentos a algumas de suas concepções,
tais como: uma visão otimista demais do poder de transformação exercido
pela escola, a identificação da dimensão social aos fatores de classe,
deixando de fora os aspectos discriminativos relativos a questões de cor
e sexo, da proposta do professor ser o “escriba” dos alunos, quando as
investigações mais atuais da psicolingüística nos levam para outra
direção.
Ler Gramsci é um exercício intelectual
de rara relevância. Afinal, trata-se de um dos pensadores clássicos da
política neste século que ora termina. Ler Gramsci pode ser, também, uma
tentativa de captar e elevar a conceito os complicados processos de
transformação que atingem as sociedades contemporâneas, inclusive o
Brasil. Ou seja, uma tentativa de surpreender a crítica teórica e
prática das sociedades exatamente ali onde ela nasce, se reconstrói e se
projeta para o novo século, apesar de todos os obstáculos. Depois da
queda de todos os muros, descobrimos que Gramsci está vivo. Ficamos
ainda mais convencidos de que o Brasil é um enorme laboratório político,
no qual as categorias gramscianas – e da esquerda em geral – devem
voltar a mostrar sua força analítica e seu poder de convencimento. Estão
dadas aí as razões de uma esquerda democrática, sem cuja implantação
social e consistência político-cultural a alternativa da barbárie será
cada vez mais palpável.
Henri Wallon
Nasceu na França em 1879.
Antes de chegar à psicologia passou pela
filosofia e medicina e ao longo de sua carreira foi cada vez mais
explícita a aproximação com a educação.
Em 1902, com 23 anos, formou-se em filosofia pela Escola Normal Superior, cursou também medicina, formando-se em 1908.
Viveu num período marcado por
instabilidade social e turbulência política. As duas guerras mundiais
(1914-18 e 1939-45), o avanço do fascismo no período entre guerras, as
revoluções socialistas e as guerras para libertação das colônias na
África atingiram boa parte da Europa e, em especial, a França.
Em 1914 atuou como médico do exército
francês, permanecendo vários meses no front de combate. O contato com
lesões cerebrais de ex-combatentes fez com que revisse posições
neurológicas que havia desenvolvido no trabalho com crianças
deficientes.
Até 1931 atuou como médico de instituições psiquiátricas.
Paralelamente à atuação de médico e psiquiatra consolida-se seu interesse pela psicologia da criança.
Na 2a guerra atuou na Resistência Francesa contra os alemães, foi perse- guido pela Gestapo, teve que viver na clandestinidade.
De 1920 a 1937, é o encarregado de
conferências sobre a psicologia da criança na Sorbonne e outras
instituições de ensino superior.
Em 1925 funda um laboratório destinado à pesquisa e ao atendimento de crianças ditas deficientes.
Ainda em 1925 publica sua tese de
doutorado “A Criança Turbulenta”. Inicia um período de intensa produção
com todos os livros voltados para a psicologia da criança. O último
livro “Origens do pensamento na criança’, em 1945.
Em 1931 viaja para Moscou e é convidado
para integrar o Círculo da Rússia Nova, grupo formado por intelectuais
que se reuniam com o objetivo de aprofundar o estudo do materialismo
dialético e de examinar as possibilidades oferecidas por este
referencial aos vários campos da ciência.
Neste grupo o marxismo que se discutia não era o sistema de governo, mas a corrente filosófica.
Em 1942, filiou-se ao Partido Comunista, do qual já era simpatizante. Manteve ligação com o partido até o final da vida.
Em 1942, filiou-se ao Partido Comunista, do qual já era simpatizante. Manteve ligação com o partido até o final da vida.
Em 1948 cria a revista ‘Enfance”. Neste
periódico, que ainda hoje tenta seguir a linha editorial inicial, as
publicações servem como instrumento de pesquisa para os pesquisadores em
psicologia e fonte de informação para os educadores.
Faleceu em 1962.
A gênese da inteligência para Wallon é
genética e organicamente social, ou seja, “o ser humano é organicamente
social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se
atualizar” (Dantas, 1992). Nesse sentido, a teoria do de- senvolvimento
cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa comple ta.
Henri Wallon reconstruiu o seu modelo de
análise ao pensar no desenvolvimento humano, estudando-o a partir do
desenvolvimento psíquico da criança. Assim, o desenvolvimento da criança
aparece descontínuo, marcado por contradições e conflitos, resultado da
maturação e das condições ambientais, provocando alterações
qualitativas no seu comportamento em geral.
Wallon realiza um estudo que é centrado
na criança contextualizada, onde o ritmo no qual se sucedem as etapas do
desenvolvimento é descontínuo, marcado por rupturas, retrocessos e
reviravoltas, provocando em cada etapa profundas mudanças nas
anteriores.
Nesse sentido, a passagem dos estágios
de desenvolvimento não se dá linearmente, por ampliação, mas por
reformulação, instalando-se no momento da passagem de uma etapa a outra,
crises que afetam a conduta da criança.
Conflitos se instalam nesse processo e
são de origem exógena quando resultantes dos desencontros entre as ações
da criança e o ambiente exterior, estruturado pelos adultos e pela
cultura e endógenos e quando gerados pelos efeitos da maturação nervosa
(Galvão, 1995). Esses conflitos são propulsores do desenvolvimento.
Os cinco estágios de desenvolvimento do
ser humano apresentados por Galvão (1995) sucedem-se em fases com
predominância afetiva e cognitiva:
Impulsivo-emocional, que ocorre no
primeiro ano de vida. A predominância da afetividade orienta as
primeiras reações do bebê às pessoas, às quais intermediam sua relação
com o mundo físico;
Sensório-motor e projetivo, que vai até os três anos. A aquisição da marcha e da prensão, dão à criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços. Também, nesse estágio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. O termo projetivo refere-se ao fato da ação do pensamento precisar dos gestos para se exteriorizar. O ato mental “projeta-se” em atos motores. Como diz Dantas (1992), para Wallon, o ato mental se desenvolve a partir do ato motor;
Personalismo, ocorre dos três aos seis anos. Nesse estágio desenvolve-se a construção da consciência de si mediante as interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas;
Categorial. Os progressos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior;
Predominância funcional. Ocorre nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido às modificações corporais resultantes da ação hormonal. Questões pessoais, morais e existenciais são trazidas à tona.
Na sucessão de estágios há uma alternância entre as formas de atividades e de interesses da criança, denominada de “alternância funcional”, onde cada fase predominante (de dominância, afetividade, cognição), incorpora as conquis- tas realizadas pela outra fase, construindo-se reciprocamente, num permanente processo de integração e diferenciação.
Sensório-motor e projetivo, que vai até os três anos. A aquisição da marcha e da prensão, dão à criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços. Também, nesse estágio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. O termo projetivo refere-se ao fato da ação do pensamento precisar dos gestos para se exteriorizar. O ato mental “projeta-se” em atos motores. Como diz Dantas (1992), para Wallon, o ato mental se desenvolve a partir do ato motor;
Personalismo, ocorre dos três aos seis anos. Nesse estágio desenvolve-se a construção da consciência de si mediante as interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas;
Categorial. Os progressos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior;
Predominância funcional. Ocorre nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido às modificações corporais resultantes da ação hormonal. Questões pessoais, morais e existenciais são trazidas à tona.
Na sucessão de estágios há uma alternância entre as formas de atividades e de interesses da criança, denominada de “alternância funcional”, onde cada fase predominante (de dominância, afetividade, cognição), incorpora as conquis- tas realizadas pela outra fase, construindo-se reciprocamente, num permanente processo de integração e diferenciação.
AUTOR: Edvandro Souto
SITE: Pedagogia ao pé da letra
LINK: http://www.pedagogiaaopedaletra.com.br/posts/pensadores-que-influenciaram-a-pedagogia/
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