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domingo, 9 de novembro de 2014

ARTIGO


APRENDENDO COM A PRÁTICA


Viviane Maristela Adams da Cruz
Resumo


       Este artigo traz minhas reflexões de tudo aquilo que vivi durante a realização do estágio no 3º ano das séries iniciais na Escola Municipal de Ensino Fundamental Engenheiro João Magalhães Filho, com 11 alunos, assim como, minhas aprendizagens e descobertas durante mais essa etapa rumo a minha formação acadêmica.



Palavras-chave: reflexões; aprendizagens; formação;


APRENDIZAJE DE LA PRÁCTICA
       Abstracto
       Este artículo aporta reflexiones de todo lo que vivió durante la fase de ejecución en el 3er año de la serie inicial en la Escuela Primaria Ingeniero Municipal Joao Magalhaes Filho, con 11 estudiantes, así como de mi aprendizaje y descubrimientos durante la etapa más hacia mi formación académica.
        

        Palabras-clave: reflexiones; aprendizaje; la formación;

INTRODUÇÃO

   Ao longo do texto que se inicia abaixo trago minhas reflexões, conhecimentos e acontecimentos que envolveram meu estágio nas Séries Iniciais, trago também as informações da escola e pontos que acredito terem sido fundamentais para que a realização do mesmo fosse muito calma e ao mesmo tempo de grande valia para minha aprendizagem.

DESENVOLVIMENTO


    Realizei meu estágio na Escola Municipal de Ensino Fundamental Engenheiro João Magalhães Filho, localizada na Rua Castro Alves, nº 175, Bairro Britadeira, na cidade de São Francisco de Paula – RS, tendo como diretora Neiva Maria Buffon Sita, realizei o mesmo com 11 alunos do 3º ano das Series Iniciais, sendo a professora titular Marisa dos Reis Costa de Azevedo. 
      Durante a realização do estágio percebi que a turma tinha sim suas diferenças, porém essas diferenças não foram tão gritantes como imaginei que seriam, entre todos os alunos apenas três demonstravam uma “dificuldade” maior, seja por distrair-se com facilidade, por falta de atenção ou até mesmo por em alguns momentos não ter interesse em fazer nada, porém com um pouco mais de atenção de minha parte para com eles pude notar que isso tudo foi mudando, foram ficando mais interessados por ver que havia alguém de fato interessado no aprendizado deles, sendo que esses alunos me pareceram bem carentes e não tinham atenção na realização das atividades por parte dos familiares.
       Acredito que minha experiência com a Educação Infantil foi o que me fez perceber essa certa carência nos alunos e com isso estar sempre próximo a eles, claro que às vezes posso até ter exagerado um pouco, pois na Educação Infantil eles são mais dependentes o que não acontece nas séries iniciais, mas mesmo assim dando uma atenção maior em especial aos três alunos de fato as coisas foram acontecendo naturalmente. 
     Claro que cada aluno tem suas próprias necessidades, mas aos poucos fui me adaptando a essas necessidades e fazendo de tudo para supri-las afim de que o aprendizado acontecesse com todos e não apenas com uma parte da turma, para isso além de dar uma atenção individualizada precisei escrever no quadro “emendado” e “desemendado” como dizem os alunos, fazendo no mesmo uma divisão e escrevendo as mesmas coisas em ambos os lados do quadro.
       Não foi fácil no começo, mas com insistência e dando sempre atenção a todos as coisas foram acontecendo naturalmente e com o passar dos dias fui percebendo que o interesse em participar mais das aulas ia só aumentando, assim como a realização correta das atividades que no começo faziam de qualquer jeito e não corrigiam as mesmas.

        Planejar não foi uma tarefa muito fácil, precisei fazer pesquisas, procurando atividades que contemplassem a faixa etária dos alunos, assim como o interesse demonstrado pelos mesmos, porém depois de pronto ele me auxiliou muito no andamento das aulas, pois com as atividades que fui propondo aos alunos fez com que eles fossem fazendo mais perguntas e aproximando-se mais daquilo que eu esperava, em especial no desenvolvimento da escrita para qual fiz atividades de criação de textos, de frases e inclusive fiz com eles o poema em códigos que achei que eles gostaram muito, o texto das estações que eles copiaram também chamou atenção, pois eles queriam saber quando começava a próxima estação, como ela era e quais fatos aconteciam durante a mesma, tudo isso foi fundamental para fazer com que os três alunos que não escreviam escrevessem mais, pois chamou a atenção dos mesmos que começaram a realizar mais suas atividades.

         Freire 1996 diz:


“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo, educo e me educo. Pesquiso para conhecer e o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. (pág 16)” Freire.


        Portanto a pesquisa durante o planejamento foi essencial para que antes de ensinar eu pudesse também aprender, além disso, quando apliquei o planejamento pude aprender também com os conhecimentos dos alunos.
        Procurei realizar as atividades de acordo com o que conversei com a professora titular da turma, pois ela tinha uma lista com aquilo que deveria ser trabalhado, mesmo assim procurei durante as observações perceber quais as necessidades da turma como um todo para que assim as atividades viessem a contemplar todos os alunos e não somente um ou outro, pois queria que todos fossem de alguma maneira “atingidos” por aquilo que eu estava propondo e ao mesmo tempo respeitar a realidade na qual estavam inseridos assim como os conhecimentos prévios que cada um já possuía e ia trazendo consigo ao longo de sua caminhada.

         O texto Metodologia Dialética em Sala de Aula diz o seguinte:



“O primeiro passo, portanto, do educador, enquanto articulador do processo de ensino-aprendizagem, deverá ser no sentido de conhecer sua realidade, ou seja, conhecer a realidade com a qual vai trabalhar. Para isto, inicialmente o professor tem que aprender com seus alunos. (pág 5)” Vasconcellos.



     Segundo o texto Planejamento da ação pedagógica – dimensões e elementos para pensar a prática docente.



“Conhecer a realidade precisa se dar no sentido de articular os temas do contexto sócio-cultural, político e econômico do aluno com os temas que a escola elege como rol de conteúdos. Este conhecimento precisa apontar ao professor qual a extensão e a profundidade de cada conteúdo, tendo como parâmetro as demandas da realidade concreta do aluno.

Para definir a extensão e a profundidade, o professor precisa saber qual o entendimento que os alunos possuem sobre determinados temas e precisa, em primeira instância, trazer os conhecimentos com seu valor social. Somente assim, sem descaracterizar o conhecimento de sua existência social, é possível relacionar os temas da escola com os temas da vida dos alunos. (pág 3)” Rogéria Silva e Analisa Zorzi.


        Sendo assim vejo como imprescindível o conhecimento da realidade do aluno, pois é esse conhecimento que nos trás suporte para fazer a diferença, mas esse conhecimento precisa ser concreto e definitivo, pois do contrário não será um conhecimento real e sim apenas um “faz de conta” que acaba não levando a nada.
          Notei durante essas três semanas que a aprendizagem aconteceu com todos, pois os alunos sempre relatavam e conversavam tanto nos grupos quanto comigo e as outras professoras presentes na sala, sobre aquilo que eu estava passando, em especial nos jogos onde eles mesmos precisavam confeccionar e depois jogarem em grupos, era muito interessante, todos faziam perguntas às vezes inclusive ao mesmo tempo, nesse momento eu precisava acalmá-los e ir de grupo em grupo para poder explicar como proceder com os jogos, pois todos estavam ansiosos em saber como era feito, qual a maneira correta de jogar e principalmente de começar logo a brincar com os mesmos, claro que sempre tinha aqueles que viam os jogos e logo já sabiam o que fazer com os mesmos.
       O curso em si foi fundamental para isso, pois muitas vezes me deu o suporte necessário para que tudo que aconteceu na sala de aula de fato acontecesse, nos ensinando a conhecer melhor nossos alunos, a respeitar seu conhecimento prévio, respeitando sua realidade, conhecendo seu entorno e principalmente sabendo escutá-lo e percebê-lo como sujeito pensante e com suas próprias vontades e necessidades, além disso, o mais importante foi ouvir os relatos das colegas que tem experiência com séries iniciais, mesmo apreensiva e com a impressão que eu tinha de que não iria dar certo ouvi-las foi importante para aumentar minha sensação de que eu não era a única que me sentia perdida e com isso fui ficando mais calma, a tranquilidade da professora titular da turma também foi fundamental para me acalmar e tornar meus dias de estágio especiais, além de me fazer sentir mais a vontade com a turma, então tudo isso só aumentou minha aprendizagem e fez com que essa tenha sido uma experiência sensacional, pois aprendi que é sim possível ser professora de séries iniciais o que antes eu achava praticamente impossível, também percebi que basta dar muita atenção e carinho aos alunos que assim as coisas acontecem com mais facilidade e andam de uma maneira que é sempre surpreendente, além disso, reafirmei a ideia de que é preciso estar sempre observando a turma como um todo e também cada aluno individualmente, pois só assim será possível ver a necessidade individual e coletiva da turma, é onde também podemos perceber o que está dando certo e o que precisa ser repensado para que a aula seja realmente gratificante e traga aprendizado para todos.
       Sempre procurei sair de casa com tudo organizado, pois acredito que se o professor chega na sala de aula totalmente desorganizado e perdido passa para o aluno a sensação de que ele não sabe o que está fazendo.

         Com a organização das atividades não foi diferente, no começo foi muito complicado fazer o planejamento, pois sentia que estava tudo errado, devido ao meu medo de realizar esse estágio e a minha falta de experiência que fazia com que sempre tivesse aquela sensação de “será que é assim mesmo”, lembro-me inclusive que no feedback do primeiro planejamento já fui preparada para ouvir que o mesmo estava ruim e era preciso refazer tudo desde o começo, isso felizmente não aconteceu e foi minha primeiro surpresa nessa etapa, também com o apoio da professora Rita e as sugestões que ela me deu tudo foi ficando mais claro e essas dicas foram fundamentais para interferir na aprendizagem dos alunos, pois eles estavam ao mesmo tempo executando as atividades e criando seu próprio conhecimento e isso foi muito interessante, acredito que será algo que eles jamais esquecerão.

         Segundo o texto Metodologia Dialética em Sala de Aula.



“A ação pedagógica do educador procurará propiciar a relação sujeito-objeto, mas a construção do conhecimento depende fundamentalmente do sujeito (ninguém pode conhecer algo por outrem). Sempre deve haver participação do sujeito, já que sem isso não se constrói o conhecimento. (pág 11)” Vasconcellos.



     Por isso creio que a confecção assim como o jogo entre eles fez com que essa aprendizagem fosse de fato mais significativa, pois não ficaram só na repetição do escreve, apaga, corrige, eles realmente participaram das atividades, fizeram parte da construção e do andamento das mesmas, foram de fato construtores do seu próprio aprendizado.

       A escola não tem muitos recursos nos quais pude me apoiar, só existe a biblioteca, mas os alunos pegam livros apenas uma vez por semana para “treinar” a leitura durante a semana até a próxima troca de livros, então sabendo disso às vezes deixava aqueles que haviam terminado suas atividades lerem seus livros para que assim os demais pudessem terminar também, isso foi muito bom, pois notava que a leitura também estava sendo melhorada e incentivada o que é fundamental para formar seres pensantes, pois em minha opinião a leitura é capaz de mudar o mundo de uma criança.

CONCLUSÃO

     Com a finalização do estágio aprendi que é realmente possível não só ensinar como também aprender, através da observação da turma, do que eles estão gostando, o que atinge mais cada aluno e como fazer para que todos se fato sejam atingidos pelo que está sendo proposto, que é fundamental estar disposto para que isso aconteça e aberto as possibilidades trazidas pelos alunos, que o planejamento precisa existir, mas não só pode como deve ser flexível e principalmente que é preciso estar atento aos alunos, estando sempre disposto a dar o carinho e a atenção que às vezes eles não encontram em casa, seja por falta de tempo ou de vontade por parte dos familiares.

        Isso só foi possível através da observação de tudo que acontecia na sala de aula, das expressões e falas dos alunos, na demonstração de interesse ou falta dele, no convívio diário com os mesmos, sendo que é imprescindível se fazer realmente presente, mostrando aos alunos que estamos ali não apenas para passar atividades para que eles realizam, mas também para apoiá-los e para mostrar a eles que podem contar com a nossa presença, pois estamos ali para ajudar, jamais para reprimir ou criticar, pois o respeito ao sujeito é peça fundamental no caminho chamado aprendizado. Creio que sem ele o aluno sente-se reprimido, diminuído e vê no professor um méro distribuidor de atividades e não alguém que de fato se importa e está disposto a tornar o conhecimento uma realidade.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

VASCONCELLOS, Celso dos S. Metodologia Dialética em Sala de Aula. In: Revista de Educação AEC. Brasília: abril de 1992 (n. 83).


SILVA Rogéria Novo da e ZORZI Analisa. Planejamento da ação pedagógica – dimensões e elementos para pensar a prática docente.


FREIRE Paulo, Pedagogia da Autonomia, Saberes Necessários à Prática Educativa, publicação original: 1996, digitalização: 2002, 92 pág.

ESTE ARTIGO FOI FEITO COM BASE EM MINHA EXPERIÊNCIA COMO ESTAGIÁRIA NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE MEU MUNICÍPIO (SÃO FRANCISCO DE PAULA-RS)

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