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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A igualdade sempre existirá


Quando nos deparamos com o assunto corpo, gênero e sexualidade tratam-se pontos muitos sensíveis e importantes, principalmente quando deve ser explicado e feito entender-se. Ao mesmo tempo delicado e frágil, ainda mais quando precisamos discuti-los demonstrando que ambos estão juntos. Independentemente da opção escolhida. Quando falo em opção escolhida refiro-me na sexualidade.
            Em pleno século XXI ainda não é bem resolvido e entendido pelos seres humanos, que são incapazes de entenderem bem o significado de cada um. O ser humano nunca teve uma mente aberta, para discutirem este tipo de assunto, mas ao longo do tempo as mudanças e visões já estão ficando mais abertas e claras, mas não o suficiente para aqueles que expõem suas opções, serem vistos como pessoas “normais”, perante uma sociedade.
            Uma grande influencia neste aspecto é a religião católica, que prega que Deus fez o homem e a mulher, para procriarem, e não permitindo outros tipos de relacionamentos. Isto e muito errado, pois quando os escândalos dentro da mesma acontecem, são acobertados e não acontece discriminação. Continuam pregando suas palavras, mas na hora da “prática” não pregam aquilo que Jesus fazia, falava e praticava.
            Outro ponto a ser questionado é a liberdade de ir e vir das mulheres tanto no voto, trabalhar fora de casa, estudar, ter escolhas. Como todos sabem somos iguais (homens-mulheres). Tudo aquilo que praticamos na vida pode ser feito, tanto por um, assim como o outro. É claro que, existem “atividades” que uma mulher talvez não consiga realizar, ou, vice versa, mas nunca proibir de tentar realizar, e sim deixar que o próprio tente. Muita injustiça já foi feita contra as mulheres, mas ainda bem, que cada vez mais nos posicionamos e nos garantimos, perante aquilo que nos foi proposto. Aqui entram as desigualdades e diferenças.


            Falando sobre elas existem e são inúmeras. Desde as escolhas e opções de gosto de comida, modo de vestimenta, estilo musical, esportes, etc. Mas quando tocamos na parte de escolha sexual, ai sim, entra a questão da desigualdade. Também, vem retratada na questão étnica, social e cultural. O ser humano está tão alienado a uma sociedade preconceituosa e não se dá por conta de que, escolhas existem e devem ser respeitadas. Ninguém é igual a ninguém. Cada um tem suas escolhas.
            Estas desigualdades e diferenças também ocorrem entre homens e mulheres. Um dos espaços que elas mais acontecem é nos locais de trabalho. Ouvisse muito que isso não é para mulheres e que não tem capacidade, mas uma chance na maioria das vezes não é dada, para que ela possa demonstrar suas habilidades e capacidades. Isso é muito errado. Muitos homens também (uma grande parte deles) não fazem serviços domésticos, porque isso é serviço de mulher. Total preconceito. Nunca saberemos que teremos capacidades se não tentarmos.
            Existem tantos outros fatores a serem discutidos neste tópico, como educação e cultura, hábitos de conduta, entre outros, que existe uma grande repercussão nas diferenças e desigualdades. No mundo em que vivemos percebemos que os indivíduos são diferentes, estas diferenças se baseiam nos seguintes aspectos: coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros. As únicas diferenças que podemos destacar são físicos e sociais e mais nada. Isso deveria ser explicado desde que nascemos e dando continuidade na escola e na vida inteira.
            Infelizmente a escola ainda não está preparada para lidar com situações de igualdades e diferenças. Não consegui distingui-las e adapta-las perante, seus alunos, que fazem as suas opções e escolhas. É visível quando entramos na sala de aula e nos deparamos com a divisão feita dentro dela. Em fileiras um atrás do outro, eles mesmos escolhem as duplas por afinidade, enfim, percebemos o quanto isso não é trabalhado. Não existe muita igualdade dentro da mesma. Um exemplo que podemos citar entre os próprios professores que não mantém um bom relacionamento com seus colegas e acabam gerando visivelmente aos alunos fatores de desigualdades e diferenças, que os próprios criam. Isso é um círculo vicioso dentro da escola.
            O papel do professor perante estas situações é ter subsídios para saber levar e até mesmo resolver dependendo do fato. É claro que não irá abraçar o acontecido e sair por cima de tudo e de todos, mas sim manter-se sempre bem informado. Remediar é uma solução simples e decidida. Sempre buscar pesar os dois lados, não deixar que a exclusão, preconceito e discriminação prevalência sobre um aluno, ou, qualquer outro individuo da instituição. Como traz Degmar Augusta da Silva advogada:

 O trabalho contínuo de professores e da instituição de ensino no sentido de valorizar as diferenças fará com que uma cultura não se sobreponha a outra e que o preconceito e violência não ocupem lugar de destaque na educação sem fronteiras”. (http://www.fvhd.org.br/forum/topics/o-papel-do-professor-face-a)

            Outro item a ser comentado é a cultura trabalhada na escola. O fato é que existem diversas culturas, cada uma com suas crenças e realidades, cabe ao educador buscá-las e apresentá-las aos seus alunos, com a finalidade de aprender em conjunto na sala de aula. Fazer com que os alunos aprendam que diferenças existem, mas que não fazem mal a ninguém e também não prejudica. Isso é relatado num trecho de um livro Convite a Filosofia de CHAUÍ:

“A cultura é a criação coletiva de idéias, símbolos e valores pelos quais uma sociedade define para si mesma o bom e o mau, o belo e o feio, o justo e o injusto, o possível e o impossível, o inevitável e o casual, o sagrado e o profano, o espaço e o tempo. A cultura se realiza porque os seres humanos são capazes de linguagem, trabalho e relação com o tempo. A cultura se manifesta como a vida social, como a criação de obras de pensamento e de arte, como vida religiosa e política.” (Marilena Chauí)

            Finalizando com toda esta questão de corpo, gênero e sexualidade cabe a nós futuros educadores refletirmos, pesquisarmos, analisarmos e estarmos cientes de que, tudo isso ocorre diante dos nossos olhos e vivenciamos no dia a dia. Buscar maneiras diversas e diferenciadas, para ajudarmos nossos alunos a refletirem sobre isto, já que não queremos nossos alunos alienados a uma sociedade preconceituosa e digamos arcaica. Vamos criar uma educação proveitosa e frutífera e que traga ótimos resultados. Assim como KRAUS relata:


Educação é aquilo que a maior parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos possuem”. (Karl Kraus)




Referências bibliográficas:

SITES:

  




Esta resenha escrita durante a  Oficina Diálogos sobre gênero, sexualidades e espaço escolar, onde trabalhamos sobre o papel da escola na luta contra os preconceitos.



 

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