A igualdade sempre existirá
Quando nos deparamos com o
assunto corpo, gênero e sexualidade tratam-se pontos muitos sensíveis e
importantes, principalmente quando deve ser explicado e feito entender-se. Ao
mesmo tempo delicado e frágil, ainda mais quando precisamos discuti-los
demonstrando que ambos estão juntos. Independentemente da opção escolhida.
Quando falo em opção escolhida refiro-me na sexualidade.
Em
pleno século XXI ainda não é bem resolvido e entendido pelos seres humanos, que
são incapazes de entenderem bem o significado de cada um. O ser humano nunca
teve uma mente aberta, para discutirem este tipo de assunto, mas ao longo do
tempo as mudanças e visões já estão ficando mais abertas e claras, mas não o
suficiente para aqueles que expõem suas opções, serem vistos como pessoas
“normais”, perante uma sociedade.
Uma
grande influencia neste aspecto é a religião católica, que prega que Deus fez o
homem e a mulher, para procriarem, e não permitindo outros tipos de
relacionamentos. Isto e muito errado, pois quando os escândalos dentro da mesma
acontecem, são acobertados e não acontece discriminação. Continuam pregando
suas palavras, mas na hora da “prática” não pregam aquilo que Jesus fazia,
falava e praticava.
Outro
ponto a ser questionado é a liberdade de ir e vir das mulheres tanto no voto, trabalhar
fora de casa, estudar, ter escolhas. Como todos sabem somos iguais
(homens-mulheres). Tudo aquilo que praticamos na vida pode ser feito, tanto por
um, assim como o outro. É claro que, existem “atividades” que uma mulher talvez
não consiga realizar, ou, vice versa, mas nunca proibir de tentar realizar, e
sim deixar que o próprio tente. Muita injustiça já foi feita contra as
mulheres, mas ainda bem, que cada vez mais nos posicionamos e nos garantimos,
perante aquilo que nos foi proposto. Aqui entram as desigualdades e diferenças.
Falando
sobre elas existem e são inúmeras. Desde as escolhas e opções de gosto de
comida, modo de vestimenta, estilo musical, esportes, etc. Mas quando tocamos
na parte de escolha sexual, ai sim, entra a questão da desigualdade. Também,
vem retratada na questão étnica, social e cultural. O ser humano está tão
alienado a uma sociedade preconceituosa e não se dá por conta de que, escolhas
existem e devem ser respeitadas. Ninguém é igual a ninguém. Cada um tem suas
escolhas.
Estas
desigualdades e diferenças também ocorrem entre homens e mulheres. Um dos
espaços que elas mais acontecem é nos locais de trabalho. Ouvisse muito que
isso não é para mulheres e que não tem capacidade, mas uma chance na maioria
das vezes não é dada, para que ela possa demonstrar suas habilidades e
capacidades. Isso é muito errado. Muitos homens também (uma grande parte deles)
não fazem serviços domésticos, porque isso é serviço de mulher. Total
preconceito. Nunca saberemos que teremos capacidades se não tentarmos.
Existem
tantos outros fatores a serem discutidos neste tópico, como educação
e cultura, hábitos de conduta, entre outros, que existe uma grande repercussão
nas diferenças e desigualdades. No mundo em que vivemos percebemos que os
indivíduos são diferentes, estas diferenças se baseiam nos seguintes aspectos:
coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros. As únicas diferenças que
podemos destacar são físicos e sociais e mais nada. Isso deveria ser explicado
desde que nascemos e dando continuidade na escola e na vida inteira.
Infelizmente a escola
ainda não está preparada para lidar com situações de igualdades e diferenças.
Não consegui distingui-las e adapta-las perante, seus alunos, que fazem as suas
opções e escolhas. É visível quando entramos na sala de aula e nos deparamos
com a divisão feita dentro dela. Em fileiras um atrás do outro, eles mesmos
escolhem as duplas por afinidade, enfim, percebemos o quanto isso não é
trabalhado. Não existe muita igualdade dentro da mesma. Um exemplo que podemos
citar entre os próprios professores que não mantém um bom relacionamento com
seus colegas e acabam gerando visivelmente aos alunos fatores de desigualdades
e diferenças, que os próprios criam. Isso é um círculo vicioso dentro da
escola.
O
papel do professor perante estas situações é ter subsídios para saber levar e até
mesmo resolver dependendo do fato. É claro que não irá abraçar o acontecido e
sair por cima de tudo e de todos, mas sim manter-se sempre bem informado.
Remediar é uma solução simples e decidida. Sempre buscar pesar os dois lados,
não deixar que a exclusão, preconceito e discriminação prevalência sobre um
aluno, ou, qualquer outro individuo da instituição. Como traz Degmar Augusta da Silva advogada:
“O trabalho contínuo de
professores e da instituição de ensino no sentido de valorizar as diferenças
fará com que uma cultura não se sobreponha a outra e que o preconceito e
violência não ocupem lugar de destaque na educação sem fronteiras”. (http://www.fvhd.org.br/forum/topics/o-papel-do-professor-face-a)
Outro item a ser comentado é a cultura trabalhada
na escola. O fato é que existem diversas culturas, cada uma com suas crenças e
realidades, cabe ao educador buscá-las e apresentá-las aos seus alunos, com a
finalidade de aprender em conjunto na sala de aula. Fazer com que os alunos
aprendam que diferenças existem, mas que não fazem mal a ninguém e também não
prejudica. Isso é relatado num trecho de um livro Convite a Filosofia de CHAUÍ:
“A cultura é a criação
coletiva de idéias, símbolos e valores pelos quais uma sociedade define para si
mesma o bom e o mau, o belo e o feio, o justo e o injusto, o possível e o
impossível, o inevitável e o casual, o sagrado e o profano, o espaço e o tempo.
A cultura se realiza porque os seres humanos são capazes de linguagem, trabalho
e relação com o tempo. A cultura se manifesta como a vida social, como a
criação de obras de pensamento e de arte, como vida religiosa e política.”
(Marilena Chauí)
Finalizando
com toda esta questão de corpo, gênero e sexualidade cabe a nós futuros
educadores refletirmos, pesquisarmos, analisarmos e estarmos cientes de que,
tudo isso ocorre diante dos nossos olhos e vivenciamos no dia a dia. Buscar
maneiras diversas e diferenciadas, para ajudarmos nossos alunos a refletirem
sobre isto, já que não queremos nossos alunos alienados a uma sociedade
preconceituosa e digamos arcaica. Vamos criar uma educação proveitosa e
frutífera e que traga ótimos resultados. Assim como KRAUS relata:
“Educação
é aquilo que a maior parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos
possuem”. (Karl Kraus)
Referências bibliográficas:
SITES:
Esta resenha escrita durante a Oficina Diálogos sobre gênero, sexualidades e espaço escolar, onde trabalhamos sobre o papel da escola na luta contra os preconceitos.
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