Páginas

Tradutor

Wikipedia

Resultados da pesquisa

domingo, 30 de novembro de 2014

DOCÊNCIA E SUA PRÁTICA



UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
RS BRASIL
EAD/LPD




DOCÊNCIA E SUA PRÁTICA







Meline Aparecida Dias





Taquara, Junho de 2014.


PÓLO SÃO FRANCISCO DE PAULA
T4 D


MELINE APARECIDA DIAS









DOCÊNCIA E SUA PRÁTICA







Não há saber mais ou saber menos. Há saberes diferentes.”
Paulo freire.











TAQUARA, 2014.

                                            INTRODUÇÃO



Este presente artigo traz o relato, do estágio realizado na escola Estadual de Ensino Fundamental Tristão Monteiro, e tem como objetivo mostrar que este processo se dá através de uma grade curricular, determinada pela instituição de ensino superior a qual estou em processo de formação na UFPEL, sendo uma atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e de intervenção na realidade, pois é no contexto da sala de aula, da escola, do sistema de ensino e da sociedade que a práxis se dá. Assim a mesma tem como objetivo mostrar a prática da docência em sala aula, o estágio aconteceu com uma turma de segundo ano, que tinha uma grande heterogeneidade entre seus saberes, na sua aprendizagem. Então através da pesquisa e ação estarei apresentando as problematizações vivenciadas neste período e quais foram os caminhos percorridos para dar conta neste sentido. Com isso, podemos ter uma base do que podemos encontrar em uma sala de aula, assim como as pluralidades que a mesma apresenta.

Palavras-chave: Prática Pedagógica; Estágio; Formação docente.


























Pluralidades Múltiplas da Turma


Para iniciar este artigo posso relatar que me deparei com uma heterogeneidade com os alunos na questão da aprendizagem, pois após de muitas observações iniciais, acompanhando a professora titular na sala de aula, pude perceber que alguns alunos estavam em diferentes estágios, o que de inicio não me trouxe tanta preocupação, pois pensava que estas multiplicidades não iriam interferir nas aulas, mas no decorrer do planejamento fomos percebendo que ali estava uma condição que deveríamos dar conta. Mas a pergunta que ficava na minha cabeça como fazer? Como devo proceder com esta situação, e certa de que não tinha experiência nenhuma neste sentido, comecei a estudar os sujeitos e quais eram seus objetos de estudo. Então como vimos ao longo do curso, que devemos perceber a realidade do nosso educando, sua vida social, seu histórico, seu saber, sua comunidade e como ele se vê dentro dela, mas esta percepção do entorno, de nosso aluno não é no sentido de bisbilhotar sua vida, mas sim com uma proposta de poder ajudar este sujeito em sua aprendizagem.
Pois sabemos que são muitos os fatores que implicam na aprendizagem do educando, assim como sua particularidade que a envolvem, e neste sentido devemos respeitar seu tempo, sua forma de aprender, pois é esta a pedagogia que queremos praticar em nossa docência. Para isso devemos permitir que nossos educandos tivessem espaço para expressar o que pensa e o que sabe, como diz Paulo Freire (1997).
Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”

 Como estamos falando em respeitar o tempo de cada ser, assim ao me deparar com tantas heterogeneidades de muitos alunos, cada um com sua historia com sua dificuldade, posso relatar alguns casos como a aluna A: Sabe copiar, mas não sabe o que esta copiando, reconhece muito pouco às letras, um fato que aconteceu, na atividade do ditado ilustrado, a mesma escreveu de forma aleatória as letras e ao questiona-la se estava correta, após a correção no quadro, ela disse que estava certo, então vimos que a sua escrita não condizia com a figura. B: Não reconhece as letras e tem muita dificuldade na copia do quadro, onde leva uma aula inteira para fazer uma atividade. C: Este menino possui um histórico de um acidente domiciliar onde o mesmo sofreu um trauma na cabeça e com isso surgiram outros problemas que automaticamente afetaram seu aprendizado, antes deste episodio o mesmo dominava a escrita e a oralidade. Possui dificuldade em reconhecer e copiar as letras, não tem muita visibilidade de um olho e necessita de muita atenção e incentivo na hora de fazer as atividades. D: Disperso, se perde ao prestar atenção em outras coisas, necessitando sempre de incentivo e atenção, porém ele tem conhecimento das letras. E: Não tem domínio das letras, a oralidade dela sempre traz um T, não consegue formar silabas, necessitando de auxilio, sempre pergunta quando não sabe. F: Não sabe as silabas, mas conhece as letras e pede ajuda para formar as palavras, e muito inquieta. G: Tem um histórico de violência e surtos, tem episódios que ele agride os colegas, pois quer atenção toda para ele, segundo a professora titular já teve muita melhora, mas necessita de auxilio direto para fazer as atividades, reconhece as letras, já forma silaba e já esta tentando ler. Então para dar conta de tantas pluralidades trabalhava junto sempre em sua classe auxiliando os alunos nas tarefas e neste ponto também tinha que dar conta dos alunos que estavam aptos a todas as tarefas, assim pedia para que os mesmos ajudassem seus colegas nas tarefas, pois tinha que dar atenção a todos, e as tarefas era a mesma para todos, pois não seria viável trazer outro tipo de tarefa para os outros, assim logo os demais poderiam caçoar de seus colegas por que não estavam fazendo o mesmo trabalho, ou ate mesmo querer fazer o que o colega estava realizando, então para evitar tais constrangimentos optei por trabalhar auxiliando o aluno e sua classe, quero dizer que não é uma tarefa fácil, pois todos querem atenção, mas consegui efetuar meu auxilio com todos que precisavam.
Ao planejar as ações que fariam com que os educandos pudessem adquirir o conhecimento proposto pela grade curricular, que seria a alfabetização dos mesmos, não foi uma tarefa muito fácil, pois ate então nossas habilidades estavam voltadas à educação infantil, onde somente o lúdico predominava, então você se depara com uma grade curricular, onde terás que dar conta de muitas outras disciplinas que já começam a envolver seus educandos, teve que ter muita intencionalidade para a ação que pretendia trabalhar com eles. Com isso no planejamento procurei trazer atividades lúdicas, pois ao longo das observações percebi que as crianças estavam muito condicionadas a copia, tudo muito mecânico, sem alegria sem dinâmica, então desenvolvi no planejamento ações bem dinâmicas, como ditado ilustrado trazendo imagens que eles estavam acostumados a ver em seu dia a dia, assim eles começaram a relacionar as letras com tais imagens, e os que já dominavam adoraram também este tipo de atividade, pois era algo diferente, ficavam entusiasmados para fazer a atividade proposta, nas atividades como recortes, trabalho com tintas, produção da maquete foi muito gratificante perceber o quanto eles estavam dispostos nestas ações. Trabalhei bastante leitura com eles, mas não somente ler para eles, mas sim leituras com entonações de voz, gesticulando movimentos, trazendo as crianças para dentro da historia, fazendo com que eles participassem da leitura na forma como eles sabiam.
Assim posso dizer que as crianças tiveram grande participação nas aulas sempre querendo interagir, e questionado o porquê das ações. Percebeu-se a aprendizagem de todos,  cada um do seu jeito, pois sabemos que não existe a não aprendizagem, existe tempos e formas diferentes de aprender, e esse deve ser o nosso foco como mediador das ações, auxiliando nossos educados na sua aprendizagem, seja ela da forma que for importante para meu aluno. Pois Freire (2002) nos fala:
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.”
Nesta construção de planejamento sempre procurei relacionar o mesmo com a proposta do Projeto Politico Pedagógicos, onde visa o crescimento intelectual de seus alunos, oferecendo ao educando uma formação escolar básica sistematizada e de qualidade nas áreas do conhecimento básicos, buscando aperfeiçoar e atualizar a clientela escolar, gerando seres humanos integrados, inteligentes, participativos, fraternos, com espírito crítico e capaz de se libertarem mutuamente dos condicionamentos. Neste sentido busquei sempre trabalhar a autonomia dos educandos, como Freire nos coloca na pedagogia da autonomia, fazendo com que os mesmos participassem de forma ativa nas atividades propostas e não somente impondo atividades, pois eram questionados sobre os seus sabres e o que gostariam de aprender, assim como tinham liberdade para questionar sempre que achavam necessário, este desenvolvimento aconteceu durante todo o período do estagio, pois a missão da escola é de formar seres capazes de opinar e julgar seus atos.
Com essa proposta de autonomia percebi que muitos alunos evoluíram de alguma forma, os que não reconheciam bem as letras, já começavam a relacionar ela com mais facilidade, aqueles que necessitavam de incentivo para desenvolver as atividades com mais atenção, se mostraram mais atenciosos em alguns momentos, os alunos que terminavam logo as tarefas se mostravam dispostos a ajudar seus colegas, com isso se sentiam importantes e capazes de ajudar. Enfim era um trabalho de construção de conhecimento, pois ninguém sabe tudo, sempre temos algo mais para apender e ensinar. E a realidade deles me fez perceber o quanto cada um aprende ou ensina de forma diferente e acredito que todo o meu conhecimento que adquiri durante a minha formação só veio a acrescentar na aprendizagem dos educandos. Pois a minha aprendizagem sempre esteve em conhecer a realidade do meu aluno, de ter um senso investigativo, de respeitar o outro, a sua historia e sua vivencia, e neste sentido pude perceber durante o estagio o que cada um tinha pra me ensinar, seja qual forma for, pois assim pude perceber o que cada aluno queria me dizer, me ensinar a ensinar ele, assim me senti mediadora da aprendizagem dos mesmos.
Essa mediação de aprendizado foi acontecendo, conforme discutimos quais ações seria viável para o aprendizado satisfatório para os educandos, neste sentido a troca de vivencias com outros colegas, também foi de grande ajuda, pois sempre surgia alguma dinâmica nova para aplicar com eles, e esta proposta podia ser ate mesmo em arrumar as classes de outra forma, pois estavam sempre na mesmice de um atrás do outro, a produção de um cartaz trazia muita satisfação dos mesmos. Não posso afirmar que tais ações possam ter interferido na aprendizagem dos alunos, pois minha experiência não e vasta, mas posso afirmar que algum diferencial trouxe para a vida deles, que seja pelos menos momento alegres ou diferentes, mas tocaram eles de alguma forma, pois eram os únicos recursos que tínhamos para que nossas crianças adquirissem algum conhecimento, éramos nós com as possibilidades que tínhamos na sala de aula. Então podemos dizer que o crescimento foi mutuo de ambas as partes, o professor como mediador da construção dos saberes.





 Considerações Finais
 Este estágio só veio a acrescentar em meu aprendizado, pois é onde vivenciamos o que realmente acontece em sala de aula, é na prática que podemos colocar tudo o que aprendemos, e como dar vida a tantas leituras a tantas ansiedades, ali você esta vendo na integra tudo o que acontece, e tudo que pode acontecer, este estagio teve como objetivo nos fortalecer para um futuro muito próximo, onde estamos sedentas para fazer a pedagogia acontecer como estamos vendo ao longo desses anos de estudo.
Posso concluir que ser um professor mediador de conhecimentos, exige muito estudo, pesquisa, ação, ter conhecimento da realidade dos educandos, e em todos os sentidos que se fazem, para então por interligar disciplinas, projeto politico pedagógico e matrizes  curriculares, e assim poder transferir o conhecimento do objeto proposto. Pois nessa caminhada tive muitas dificuldades em deixar esses itens bem harmônicos, pois como acontece na grande maioria, nem sempre o que é proposto por uma matriz curricular condiz com a realidade da turma a qual estamos trabalhando. Com isso devemos sempre interligar estes pontos, para que tudo fique de forma equilibrada, e assim os educandos possam adquirir o conhecimento.
Na pratica pude perceber o quanto a metodologia dialética se faz necessária, para que nossos educandos se tornem capazes de reagir na sociedade, e este método que pretendo desenvolver em minha docência, buscando sempre trabalhar esses pontos que Vasconcellos nos fala na leitura, e que são fundamentais para que o educando adquira conhecimento, que são: mobilização para o conhecimento, construção do conhecimento e elaboração da síntese do conhecimento. Pois,
O método dialético de conhecimento em sala de aula se pauta, pois, pela construção do conhecimento a partir do movimento do pensamento que vai do abstrato (enquanto indeterminado, com relações não apreendidas) ao concreto (de pensamento).”
Sendo assim após esta vivencia na escola, pude perceber a importância da formação continuada e do constante do aprimoramento dos conhecimentos da área, das necessidades sociais, da investigação e da própria prática. Este estágio contribuiu para meu crescimento e desenvolvimento intelectual na minha formação.












Referencias bibliográfica e/ou consultadas



VASCONCELLOS, Celso dos S.. Metodologia Dialética em Sala de Aula. In: Revista de Educação AEC. Brasília: abril de 1992 (n. 83).

PRÁTICA DOCENTE II Reflexão Primeira Semana.  Meline e Pâmela.
Sites:



Nenhum comentário:

Postar um comentário